terça-feira, 5 de julho de 2011

ALENTEJO MEU AMOR.

As gentes
que
do
Alentejo
conhecem
a
estrada
para
o
Algarve
.
Não
se
dão
conta
.
de
que
os
campos
alentejanos
.
mudam
em
cada
estação
do
ano
.
Como
no
inverno
os
campos
nos
falam
de
solidão
.
no
outono
de
esperança
de
luz
( candeia)
.
na
primavera
os
gritos
rubros
das
papoilas
inundam
os
campos
alegre 
e
colectivamente 
com
singeleza
das
margaridas
brancas

.
e
no
verão
os
campos
se
transformam
em
celeiro
de
Portugal
.
cobrindo
a
terra
de
pão
de 
cantares
de
esperança
revoluçao.
Ester Pita
                          

terça-feira, 24 de maio de 2011

ESTRELINHA DE CINCO PONTAS

Entro
no centro de trabalho
do nosso partido
desço
os quatro degraus 
à pressa
sei que estou atrasada
sei que nos teus 
oitentas anos
doentes  cansados
de luta, sofrimento
prisão
te deixam
poucas forças
para por nós esperares
sabes querido amigo
e camarada
hoje tudo correu mal
no infantário
mesmo à hora da saida
um aluno meu magou-se
e tive que o acompanhar
ao hospital
depois da criança socorrida
fui a correr buscar
a minha bebé
ao infantário
e a correr
para casa fui
Dei banho  e jantar
á minha filha
e nem sequer eu jantei
mudei de roupa
vesti uns calções azuis
uma camisa branca
que atei com um nó
 por  de  baixo
do peito
calcei
os meus tenis brancos
fiz as tranças 
habituais
peguei na alcofa
aonde transportava
a minha menina
e corri ao teu encontro
sabia que cansado 
e doente  me esperavas
quando cheguei 
não te vi sentado
no sofá
aonde habitualmente
estavas
aonde sentado
para mim olhavas
e me chamavas
a minha estrelinha 
de cinco pontas
senti o coração
bater muito depressa
senti medo
de por ti perguntar
senti medo
de sem ti ficar
quando o camarada
de serviço ao bar
me disse
sim querida
camarada 
ele não teve mais forças
para esperar
antes de partir para 
sempre
disse
digam
à nossa estrelinha
de cinco pontas
que continue  a brilhar


Ester cid