quinta-feira, 19 de junho de 2014
VOOS
Somos como os pássaros
fazemos voos
com e sem regresso
temos ninhos de afecto que nos aninham
ninhos desfeitos
onde morreu o amor
que nos fazem sentir vontade de mudança
pássaros feridos com penas sem cor
asas no olhar e voos de esperança
quando nos aninham a nossa dor
voamos em bando como pássaros daninhos
ou como pássaros raros sozinhos
choramos à noite coruja
quando atacados por abutres noturnos
como a cotovia e o rouxinol
cantamos voamos ao nascer do sol
todos conhecemos gaiolas e grades
voos reprimidos e sem liberdade
uns morremos por ter medo
(e)
outros com medo de perder o medo
Ester Cid
(ao abrigo do código do autor)
Fotografia:São Nunes