terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Ama-me!


Ama-me
ai
ama-me
na distancia
ama-me
quando
contemplares a lua
ama-me
sentindo-me
tua
ama-me
como
se não existe
amanhã
ama-me
quando
ternamente
te chamo
tonto
ama-me
porque sim
pronto
ama-me
quando
estou a rir
ama-me
sem me sentires
ama-me
em segredo
ama-me
com os meus medos
ama-me
na minha força
ama-me
no amanhecer
ama-me
quando choro
ama-me
quando  digo
adoro
ama-me
como se não
me amasses
mas.
ama-me.


Poema de Ester cid
Fotografia de Emanuel Pereira Aparicio Ribeiro







terça-feira, 10 de dezembro de 2013



ENCONTRA-ME

Se não souberes encontrar-me

procura-me

no vento que te beija

no sol que te aquece
nas gotas de chuva que contigo brincam
numa noite de lua cheia
na estrela mais brilhante

se não souberes encontrar-me
passa os teus dedos pelos teus lábios
e eu estarei lá

se não souberes encontrar-me
passa as tuas mãos pelo teu corpo
e irás encontrar-me nas palavras
com que terna e docemente te vesti

Se te perderes ao procurar-me
segue a voz do teu coração
e vais encontrar-me
vestida com o teu olhar
que um dia me abraçou.

Ester Cid.
3-Março 2012

LORENZO GHIBERTI – “Porta do Paraíso” (1453)

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013




INTERROGAÇÃO.

Posso fingir que não me despertaste poesia
posso até fingir que não sei que leste o que escrevi
mas como posso fingir a doçura que leio no teu olhar
de cada vez que os nossos olhos se beijam infinitamente
e nos tocamos apaixonadamente sem gestos .

Ester Cid.
Fotografia:Jaime Bahia


                                                                                    


















sábado, 30 de novembro de 2013

O TEU OLHAR


Sabes
sei
ver
no
teu
olhar
o
teu
sentir

quando
estás
triste
o
olho
esquerdo
fica
mais
escuro
que
o
direito

quando
ficas
preocupado
as
três ruguinhas
entre
os
olhos
acentuam- se
e
a sua
cor
fica
mais
escura

quando
me dizes
que
sou
linda
ficam amendoados
e brilham

Quando
me
dizes
amar
ficam
com
todas
as
cores
do
arco-iris

na
primeira
vez
que
me
olhaste
senti-me
abraçada

nas
outras
vezes
que me olhas
sinto-me
amada
desejada
abraçada
pequenina
protegida

mas
no
dia
que
não
me
amares
e
me
disseres
adeus
por
favor
não
me
olhes
nos
olhos
porque
não
quero
ver
no
teu
olhar
a
despedida
de
tudo
o
que
de
mim
deixei
em
ti.

Ester Cid
imagem: Google
2011
                                                                     


quarta-feira, 7 de agosto de 2013

TU

Quando me encontraste e me abraçaste com o olhar
recuperei o sorriso
quando os teus lábios se deram a conhecer aos meus
recuperei a esperança
quando as tuas mãos descobriram todo o meu corpo
recuperei a vontade de lutar e viver
sim meu amor
estou/estamos vivos.

EsterCid
Fotografia:Iain Wilson
                                                                   
                                                                     

domingo, 23 de junho de 2013

RECOMEÇAR

sorrir
com um sorriso de sol
a quem não responda com silêncios frios

caminhar livremente
num jardim primaveril
sentindo borboletas no meu ventre
colher as flores plantadas só para mim

navegar
num mar de águas límpidas
onde todas as marés me pertençam

olhar o céu
bordado de estrelas cintilantes
com uma lua cúmplice
iluminando a minha noite

(e)

recomeçar
sem ter que te inventar

nas ausências.

Ester Cid.

Pintura:SANDRO BOTTICELL
                                                       
           
















segunda-feira, 20 de maio de 2013

A MINHA NETA MARIA



Um dia a minha neta Maria que fez dia 19 de Março um ano
andará assim pelos campos Alentejanos.


Irei contar-lhe a história do meu Alentejo e do seu povo sofredor,lutador, generoso e solidário.
Irei ensinar-lhe o nome das flores silvestres, a afagar a terra com doçura entre as suas pequeninas mãos, a beber a água dos riachos e a dançar descalça na rua quando chove... a olhar as estrelas e a lua, a ouvir cantar em liberdade as cotovias, os melros, os grilos, sem esquecer os pássaros nos beirais das casas brancas Alentejanas...junto à lareira irei ler-lhe muitos livros e entre as searas de pão irei fazer-lhe uma coroa de malmequeres brancos e colocar-lhe nos seus cabelos louros, colheremos papoilas vermelhas para juntas darmos aos camaradas que partiram.
Ester Cid.
                                                   

sábado, 30 de março de 2013



AS MULHERES ALENTEJANAS E AMOROSAS

A mulher alentejana
força
agreste
terra
barrenta
.
morango
silvestre
amora
preta
.
Veste-se
de
negro
discreta
.
Esconde
o
choro
num
riso
franco
.
Olha
o
campo
é
filho
seu
.
nessa
guerra
morreu
.
luto
lhe
deu
.
Raiva
bravia
fundo
barranco
.
é
Sol
e luar
lindo
trigal
.
é
agua
fresca
nascente
.
é
um
farol
luz
luminosa
.
é
força
que
nunca
morre
.
é
suor
transformado
em
pão
.
é
luta
pela
liberdade
.
papoila
revolução

mulher
que
sabe
ter
força
.
para
quando
é
malmequer
.
e
sabe
ser
amorosa
.
quando
o
amor
a quer
.

mulher
doce
solidão
.
sabe
ser
alegria
.
grito
rubro
camarada
.
nos
campos
de
solidão
.
a
força
de
dizer
não


Ester Cid.

Pintura:Cipriano Dourado


segunda-feira, 25 de março de 2013

PÁSSARO ANÓNIMO


Assim como os pássaros voam
todos os dias
à procura
de um lugar seguro
para fazer seu ninho
eu procurei o meu caminho

quem sabe pássaro anónimo
se os nossos caminhos
se voltam a cruzar
eu vou ultrapassar
os meus medos(?)
e no fim do teu voar
no final do meu caminho
vou-te contar um segredo
quero ouvir o teu cantar
e sinto que vou deixar
que faças das minhas mãos ninho.

Ester Cid.

Fotografia:Nuno Miranda
                                                       

domingo, 10 de março de 2013

MULHERES


Não importa a tua etnia a tua cor

Nem o que chamam de beleza exterior

Se nós Mulheres

Temos no ventre o dom da vida

E no peito

A força guerreira de lutarmos por amor.

Ester Cid

Fotografia: Eu, e a minha filha.
                                                   

sábado, 9 de março de 2013

MARGENS



Vesti-me de mar
para que pudesses navegar em mim
esperei-te em todas as marés
enfeitei-me de luar
com o brilho das estrelas
encontrei-me e perdi-me

em conchas e búzios segredos
superei as vagas e medos
adocei as águas
acalmei as tempestades
desenhei-te num arco-íris
e
tu
só me olhaste das margens

Ester Cid.

Pintura: VERMEER – “Vista de Delft”


                                                                     

quarta-feira, 6 de março de 2013

O MEU PARTIDO PCP

A força da razão
 a força da unidade
 a força do coração
 a força da verdade
 a  força de sermos muitos mil
 e de sermos sempre ABRIL.

Ester Cid


                                             

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

 VERMELHA FLOR


Ai esta dor que não passa
ai esta dor que não grita
que cada dia silencio
através da minha escrita
pássaro ferido na asa
sem voar e sem ter ninho
na solidão que não passa
neste coração sozinho
só a saudade me enlaça
e é só quando escrevo
que se acalma a minha dor
quero sentir a primavera
quero ser Abril desejo
quero ser vermelha flor.


Ester Cid.
Fotografia:Googole
                                                       
                                                           

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

ALENTEJO


Alentejo meu orgulho
minha terra e meu chão
Nesta plana altitude
beija-me o rosto a aragem
e as searas de pão

Alentejo meu amor
na solidão da planície gritante
cegonhas de longas asas abertas
com seu olhar penetrante
eu que não tenho asas
percorro-te em sonhos
em longos voos esvoaçantes

Alentejo meu orgulho
nos teus campos solidão
papoilas rubras grito vermelho
reforma agrária
fartura trabalho pão

Alentejo meu amor
no tempo de primavera
teus campos cheios de flores
o sol dourado alegria
juntas o cante das gentes ao canto da cotovia
esqueces a tua dor
és forte, és belo és camarada és rosto da igualdade
és pastor és mineiro
ceifeiro abegão
agricultor manageiro
és celeiro e és brancura
és antifascista preso
nos tempos da ditadura

Alentejo meu orgulho
que amo tanto de verdade
és Abril revolução
 és a voz da Liberdade

Ester Cid.
Fotografia:Googole

                                                             
                                                             
                                           

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

SONHOS CAMPONESES


A semente da inquietação
e a lâmina da angústia
Geram em mim
Campos de poesia

papoilas vermelhas
clamam nos campos
do meu Alentejo
searas de pão

nos sonhos camponeses
bordados em tapetes de Arraiolos
o sol incendeia-me o olhar.

Ester Cid.
                                                               


NO DIA QUE TU NASCESTE

no dia que tu nasceste
tudo ficou como estava
o sol
não brilhou mais
que o habitual
não houve
estrelas
a
mais
somente  esquecida
das dores
eu mamã  sorri
e agradeci
para que o dia fosse
enorme
bastava toda  a  bondade
ternura
amor
alegria
felicidade
com que olhavas
nos meus olhos
não é segredo
para nós
nem para a gente
que
nos conhece
que desde esse dia
duas pessoas
podem ser
uma
tal (é)
o amor imenso
que nos
une
no dia
que tu nasceste
nasceu
o amor mãe/filha
em toda a (sua)
plenitude

amo-te muito
tua mamã

Ester cid
                                            Fotografia: Eu, e a minha filha Patrícia
                                                                 

domingo, 17 de fevereiro de 2013

SOU


SOU

Sou mulher
sou mãe
sou comunista
sou camarada
sou amiga
sou sincera
sou apaixonada
sou sensível
sou teimosa
sou inconformada
sou apaixonada pelas palavras
sou um zero a matemática
sou uma nulidade a jogar qualquer tipo de jogos
sou uma mistura de força e fragilidade
sou intolerável com a mentira e com as pessoas que mentem
Sou a voz do coração
sou chorona
sou melodia canção
sou eu neste mundo virtual
Sou um todo num instante
sou corpo dado em jeito amante
sou chuva
sou madrugada
sou estrela de palavras
sou esboço querendo ser tela
sou amar querer ser amada
sou noite sem luz para ela.

 Ester Cid
10/12/2011

                                                    Eu e a minha filha