terça-feira, 24 de junho de 2014

Chuva na madrugada


Ouves a chuva e não dizes nada
ouves a chuva e já madrugada
escreves razões esperanças também
inventas abraços não sentes ninguém

escrever sem parar
num querer e não querer
nesse coração tanto por dizer
sentes a chuva e não dizes nada
cama ainda feita e é já madrugada

inventas beijos nas palavras certas
ouves gargalhadas nas ruas desertas
há tudo em ti em troca de nada
choras com a chuva e é já madrugada

ouves a chuva e não dizes nada
gritos calados em porta fechada
noite sem dormir inventando o amor
acordas o dia com sorriso em flor

Ester Cid

(ao abrigo do código do autor)
Fotografia:Google

                                                                             






quinta-feira, 19 de junho de 2014

VOOS



Somos como os pássaros
fazemos voos
com e sem regresso

temos ninhos de afecto que nos aninham

ninhos desfeitos
onde morreu o amor
que nos fazem sentir vontade de mudança
pássaros feridos com penas sem cor

asas no olhar e voos de esperança
quando nos aninham a nossa dor

voamos em bando como pássaros daninhos
ou como pássaros raros sozinhos

choramos à noite coruja
quando atacados por abutres noturnos

como a cotovia e o rouxinol
cantamos voamos ao nascer do sol

todos conhecemos gaiolas e grades
voos reprimidos e sem liberdade

uns morremos por ter medo
(e)
outros com medo de perder o medo

Ester Cid



(ao abrigo do código do autor)
Fotografia:São Nunes