domingo, 20 de abril de 2014

Cravos vermelhos de Abril



São laços que libertam
amarras que se desprendem
grades que se abrem
barcos que chegam
vozes caladas que gritam
punhos cerrados que se erguem
lábios unidos num beijo

São mãos dadas de vontade
Primaveras que florescem
ruas desertas que se enchem
terra fecunda que dá flor
searas que dançam ao vento
risos de crianças mil
corpos que fazem amor
abraços ternos de Abril

São poemas de Ary
Com desenhos de Cunhal
que nasceram na prisão
sempre à espera doutro alguém
canções do Zeca
trás outro amigo também
livros que estavam escondidos
lidos agora na rua
bandeiras rubras guardadas
dançando na nova lua

São o hino de Caxias
olhar doce de ternura
camaradas que partiram
em tempo de ditadura
esperanças e alegrias
sol brilhante da manhã
soldados marinheiros
mineiros camponeses
estivadores e pedreiros

Cravos vermelhos de Abril
erguidos em cada mão
guardiões da liberdade
defensores da Revolução

Poema : Ester Cid

Madrugada de Abril 2014
(ao abrigo do código do autor)
Fotografia: Cravo de Abril da autoria de Adelino Chapa e Paulo Curto Baptista